segunda-feira, 12 de janeiro de 2009

Soneto 116 de Shakespeare

De almas sinceras a união sincera
Nada há que impeça: amor não é amor
Se quando encontra obstáculos se altera,
Ou se vacila ao mínimo temor.
Amor é um marco eterno, dominante,
Que encara a tempestade com bravura;
É astro que norteia a vela errante,
Cujo valor se ignora, lá na altura.
Amor não teme o tempo, muito embora
Seu alfange não poupe a mocidade;
Amor não se transforma de hora em hora,
Antes se afirma para a eternidade.
Se isso é falso, e que é falso alguém provou,
Eu não sou poeta, e ninguém nunca amou.

(Tradução de Bárbara Heliodora)

Um comentário:

  1. Essa tradução de Bárbara Heliodora está muito ruim. A que eu fiz ficou muito melhor:

    "Que à união de almas, sincera,
    não admita eu impedimento. Não é amor o amor
    se, quando empecilhos encontra, se altera,
    Ou se curva ao mínimo temor.

    Oh, não! É o amor marco eterno, dominante
    Que encara a tempestade com bravura
    Estrela-guia de toda vela errante
    Cujo valor se ignora em altura

    Não é o amor joguete do tempo, embora
    Seu alfanje não poupe a mocidade
    O amor não se transforma de hora em hora

    Antes se afirma para a eternidade
    Se for isso falso e o engano, a mim provado,
    Então nunca terei eu escrito, nem jamais homem nenhum, amado."

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